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Claro que sei o que se diz, claro.
Diz-se que o ódio é uma emoção, uma semente para a destruição. Que os dias de agrura e sombra virão a terminar. Quando acabarem os corações de pedra. Se pusermos fim à discórdia dos espiritos.
Mas isso a mim não me interessa. A mim pouco ou nada me diz. Tem sido fácil sentir, quase saborear o ódio dos outros. Tão vasto e tão pouco produtivo. Quase me atrevo a dizer que a maior parte das criaturas existenciais se esqueceu porque deve odiar, quais os reais motivos para o fazerem. Tais são a ilusões e as incertezas. Tornam-se massas disformes de insultos e queixumes. Vivendo praticamente dos sinais destes dias, onde amor é confundido com submissão.
Mas tem uma química diferente, a emoção do ódio. Não o ódio indiscriminado e terrorista, pois ainda creio que existem os que não são merecedores do nosso ódio.
O ódio que embriaga é possivel senti-lo em relação a certas criaturas de consumada incapacidade para respeitar o espaço que é nosso. A proverbial ovelha que tenta vestir a pele do lobo. A incapaz, que tenta o caminho escarpado do condor e acaba por se despenhar, revelando toda a sua impotência para ferir.
Já não me rio das pessoas assim. E rir de algo tão profundamente incapaz será uma forma de lhes reconhecer vida. Respiração.
Antes este ódio, esta vontade que desapareçam.