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É assustador, não é? A forma como a tristeza toma conta do nosso corpo. Não apenas da parte física, da forma como tantas vezes nos perturba os movimentos e o olhar. As palavras.
É aterradora, a maneira como a tristeza invade a alma e toma conta de cada parte que sempre pensámos ser nossa. Exclusivamente nossa, por isso impenetrável à corrosão externa.
Mas o que mais perturba, o que mais fragiliza, é sentir em cada fibra da minha razão, que quem me tenta olhar olhos nos olhos, quem sorri abertamente, florescendo felicidade e sentido, não consegue esconder os tons negros da tristeza que lhe corrói a alma.
A tristeza está lá, navegando pelo corpo e em espera. Como um cão fiel. Espera.
Para voltar a aparecer.