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Há algo de profundamente sinistro numa criatura que é incapaz de olhar para si própria e sorrir. Sorrir de si. Não ser alheia ao facto de que a raça humana é povoada por monstros. Sabemos por acaso quem é o pior monstro que habita este miserável planeta? Para que precisamos de ver terror no cinema? Ler terror num livro, que sabemos irá acabar muito bem? Basta para isso, que nos olhemos em frente a um espelho. Haverá maior terror do que o nosso pensamento? Poderemos alguma vez dormir sossegados, na penumbra desta presunçaõ?
Somos pouco capazes de respeitar os outros. Troçamos de quem nos olha de outra forma. É uma arte. Saber como desfazer o que outros possam ter de positivo.
Deveria ser inata, esta capacidade de rir. Mas de nós próprios. E não aquele sorriso de quem diz, de odiosa forma materno-paternal, "Tolinha(o), que falta de tino!". Esta é e será sempre a forma do imbecil. Do que nunca se leva a sério. Daquele que teme as consequências. Dos que dizem falar do coração. Aqui sim, chegamos ao fundo! É como se este "coração" fosse uma estranha máquina. De rítmos mecânicos. Programados. Nunca levam nada a mal. Por isso não sabem verdadeiramente viver. Porque se levam demasiado a sério.
Dizem não ser capaz de odiar. E se alguém discorda, pois sejamos racionais, não se consegue viver sem odiar, senão como saberiamos o que é o "amor"(?), sentem-se ultrajados. Pois não é possivel amar assim!!? Pois não é possivel dar e nunca receber!!? Claro que não!!
Perderiam menos tempo se sorrissem de si próprios. Amar é sempre bom? Talvez... Mas se isso transborda para a cegueira, já nada tem de belo. Ou dourado. Ou de mágico, se quiserem. Será apenas grotesco! Sem humor. Sem auto-crítica.