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Certas recordações matam, decididamente. E certas presenças são um avivar de lembranças. É profundamente frustrante e ingrato, passar anos a tentar esmagar e enterrar parcelas da nossa memória e num instante, por uma simples presença, tudo desaba. Nada que me envergonhe, admito. Creio que ter vergonha por certas coisas passadas é meramente desperdício. Mas, por vezes lembrar é venenoso. Extremamente amargo. Por certo, retornar a lugares e situações profundamente nefastas.
Mas esta tua presença, mais do que acender memórias é um corte profundo na minha consciência. Dizem-me certos "artistas" de vão de escada, que me devo estar a borrifar para pesos de consciência. Sim, é um facto que certos pesos de consciência são uma perfeita merda. Pouco importam porque pouco me estimulam. Porém, queres que te peça desculpa? Ou se calhar que admita erros? Quanto à desculpa, esquece. Nunca menti e sobrevivi fazendo-me passar pelo que não sou. Sei que lês o que aqui escrevo há já algum tempo. Como tiveste conhecimento, desconheço. Mas escrevo porque já não consigo falar contigo. Estamos em mundos diferentes.
Pedir desculpa por decisões que tomei e não me arrependo seria patético. Mesmo que fosse só para te fazer sentir bem. Não, terei que viver assim e tu terás de fazer o mesmo.
Quanto a erros, cometi alguns. Aliás, orgulho-me de ainda os cometer hoje em dia. Sempre. Assumi esta falha. Sim, estou pejado delas. Mas tu regressaste igual. Portanto, também falhas e falhaste. Miserávelmente, se queres a minha opinião.
Não me interessa morrer a recordar passados idos. Foi doloroso e ingrato. Mas não penso que agora importe. Ao contrário de ti, assim parece.
Quanto ao facto de ter "endurecido" ainda mais do que era, segundo dizes, prova apenas que nunca me conheceste, de facto. Contráriamente a quem clama sistemáticamente que aprende todos os dias, mentindo com todos os dentes que tem, eu sou um exemplo disso. Nunca escondi o meu desprezo, o meu amor ou o meu ódio a ninguém. Tu é que estiveste ausente tempo de mais. Infelizmente.