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Exprimentar a sensação de plena solidão em dias como estes é um previlégio. Poder pensar apenas em si mesmo, longe dos que nos rodeiam é uma preciosidade que tento manter a todo o custo.
Nunca compreendi a necessidade que certas pessoas têm de se manter em constante companhia. Em permanente movimento de um lado para o outro. De acenderem as luzes em cada divisão da casa por onde circulam. É como um medo irracional de ficarem sós. Um terror antigo, porque ficar só implica muitas vezes o pensamento livre. E nem sempre são pensamentos lindos. São também sonhos feios. De corrompida frustração. Ou fantasia ...
Satisfação de fantasias? Interessa-me. Quem disser o contrário, mente. Ou então, nem quando está só as admite. Satisfação de sonhos negros? Talvez usem a inocência como desculpa. Ou qualquer outra virtude aberrante. Creio que se não violentarmos a consciência alheia, nada será realmente improvável. Creio que se conseguirmos destinguir o que é realmente nosso e não dos outros, nada será realmente obsceno. Acredito que nada é verdadeiramente obsceno. Depende apenas da visão pessoal. A obscenidade é arte. E como todas as formas de arte, gostamos ou não. Atrai ou simplesmente deixa indiferença. Um monumento para uns, um aborto para outros. Um insulto para alguns, um cumprimento para outros.