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"A alma é algo de disforme e maleável. Com o nosso corpo podemos brincar, transformá-lo. Mas de forma limitada. Finita. Com a alma não se conhecem limites de concepção. Qualquer tratamento estético, qualquer crença ou ligação são passageiros.
Almas há que julgam conhecer, porque se acham em sofrimento. Também existem criaturas que pensam ser bondosas de alma, apenas querendo satisfazer e amar. Mas, quantas almas existem de facto, que já se aventuraram na verdadeira escuridão? Um estado catártico revelador do que realmente somos? Uma terrivel e inevitável conclusão do verdadeiro estado da nossa essência interior. Almas disformes como barro. Prontas a ser trabalhadas. Assumindo a forma que mais se deseja, mas permanecendo num fundo de escuridão. No instinto e na negação."
"Nunca invejei os que se sentem iluminados pela vida. Algures, por entre a miséria humana existe um lugar para os que são como eu. Os que nunca querem dar a outra face. Perante nada. A não ser pelo seu desejo egoísta de proteger os que lhe são queridos."
"Reparo que cada vez mais sinto que preciso de sair deste local. Procurar o frio. A escuridão polar. Sinto necessidade de revisitar aqueles amanheceres repletos de luzes de aurora.
Lidar com a minha própria tristeza é muito fácil. Mas tentar sequer, compreender as lágrimas que te percorrem o rosto, é uma virtude que não tenho. Em vez disso, vou odiando por ti. Desejando incendiar quem te magoou. E vê-la arder. Lentamente. Mataria sem a mínima dúvida. Sem um remorso. Se isso servisse para limpar essa dôr."