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Segundo parece, o desespero pode tornar-se num culto pessoal. Segundo sei, a indiferença mata. Torna a vida num vazio. Vácuo onde as emoções nunca são realmente sãs.
Parece que ter fé é uma salvação. Possivel redenção de uma vida desesperada. Não penso que exista uma diferença assim tão grande entre ser louco ou meramente desesperado. Mas que posso eu dizer? A quem interessam estas merdas? Não me interessa. Estou cansado e farto.
Falo muitas vezes em escuridão. Já me questionam sobre esta palavra e sobre o seu siginificado pessoal. Provávelmente alguma amante? Uma sórdida droga que me está a matar o cérebro? Para mim, o que vejo nos rostos. Lamento insistir e matraquear: Ninguém é o que realmente parece. E é muito mais fácil simular um sorriso do que traçar o rosto e não esconder o negro.
Tenho saudades da chuva, sinceramente. Mesmo quando o céu se revela terrível. Mesmo quando o chumbo domina o azul e a luz solar. Sei que sou mentalmente repetitivo. Não quero saber. Uma vez mais. Não quero saber.
O puto salta e grita. O pai observa, de olhos fixos e lábios franzidos. Pressinto-lhe uma raiva surda. Algo envenena o pai do puto.
O miúdo volta a insistir com veêmencia. Em gritos agudos e falsas lágrimas. Ninguém consegue ficar realmente indiferente. Eu fico ainda mais atento ao crispar de punhos do homem. Um ligeiro, leve tremor agita a sua testa. Porém, o miúdo sabe que ganhou aquela batalha. E quando o homem, rendido e desgastado coloca a barra de chocolate na mão do puto, observo como este sorri: Um imenso rasgo de triunfo inunda-lhe a face vermelha pelo acto cometido. E por momentos contenho-me. Deixo que passe a tentação de enfiar a maldita barra de chocolate pela sua garganta abaixo!