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Retratos do Ódio ...
Onde deveria ter ficado a ternura de uma carícia, deixei que aparecesse uma cicatriz. Uma marca que foi aparecendo, fundindo-se com a minha alma. Mas agradeço-te, seriamente. Afinal nunca consigo abdicar de uma punhalada, não é o que me dizes?
Não quero que penses em mais nada. Não sei onde fui buscar tamanho ódio à tua pessoa. Mas a verdade é sempre clara, pelo menos no fim de tudo. A nossa batalha acabou. Durou anos, lembras-te?
Não há despojos. Não existiu sequer uma rendição. De ti, recebi uma purga de desilusão. De mim, recebeste a única semente que não aceita cultivo. Ódio.
Mas é sempre um vazio. Nunca fica nada como antes. Testemunhar como te arrastas para um poço de rejeição magoa-me mais do que as tuas atoardas sem sentido. O veneno que atiravas por palavras. Por gestos imoderados.
Gostaria antes, de erguer o meu copo a todos os anos de batalha. Prefiro que assim seja. Afinal és apenas uma criatura como eu. Morremos pelas nossas ideias e pelo nosso orgulho.
Pela nossa incapacidade de aceitar a vassalagem.