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Penso que se a vida fosse uma conta bancária, estaríamos invariávelmente falidos a todas as horas. Todos os dias.

Haverá alguma dúvida, pequena que seja, de que nascemos de bolsos vazios? Sem nada. E tudo o que realmente fazemos  durante a nossa existência se limita a contrair dívidas. Acumular prejuízos e ruínas.

Quanto mais elevadas são as nossas expectativas, esperanças e desilusões maior o saldo negativo. Mesmo que consigamos ter lucro, progressão e certezas eu não vejo qualquer possibilidade de investir em felicidade. Apenas rebater o saldo de infelicidade. Pouco mais.

 

O que me desespera realmente, é a noção  de que tudo o que pretendo alcançar acima da expectativa normal é tomado pela vida. Fica para os outros. Egoísmo, portanto. Mas é assim que o sinto. Lutar por algo que não conseguirei disfrutar. Aproveitar. Sinto-o como uma miserável perda de tempo!

Mas resta-me uma consolação: acumular dores, desgostos e desilusões é parte de uma  certa serenidade. Saber que quando nada temos, a não ser a nossa própria essência vital, o melhor que poderei fazer é continuar assim. Com nada.


1 comentário

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Isabel Afonso 19.10.2012

Existe o pessimista, o optimista e o cínico.
Se traduzirmos isto em termos matemáticos e usando o universo dos números inteiros positivos e negativos, o péssimista começa na posição - 1, o optimista + 1.
Há no entanto uma filha da puta de estado de espirito, o cinismo, simples e redondo...ponto 0.
Crates e Hipárquia praticavam este tipo de existência, um dia chego lá. :)

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