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A tua marca ficou em mim. Vai ficar para sempre. Não porque eu queira e tu o desejasses. Não me atrevo sequer a olhar para a falta que me irás fazer.

Mas a tua morte tornou a minha escuridão mais densa. Um fio corrido  de raiva e frustração. Estranho estado, para quem olha para a morte como o fim absoluto. O terminar de uma existência. E a tua foi plena. E ao mesmo tempo em agonia.

Não mudei a minha visão da vida, já o sabias. Mas os teus olhos imensos, assustados com o pressentimento da morte que tu tanto ansiavas, o teu sorriso cansado da agonia, vai fazer parte de mim para sempre. Até ao fim.

 

E no fim, disse-te ao ouvido, o que me ia na alma. Beijei-te e esperei.

Naqueles momentos, juntei a minha raiva e impotência à tua suprema fé. Aceitei que terias de partir na tua crença. Consolo.

Quebraste as correntes, finalmente. Uma última vez. E alguém me sussurrou ao ouvido que esta seria a tua grande viagem. Para as estrelas.







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