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Tenho um sério problema com a previsibilidade. Desde sempre, que me bato contra a rotina do dia-a-dia. Em todos os momentos, actos e pensamentos, habituei-me a lutar com o que se torna habitual. Aliás, tudo o que ambicionei e tudo o que ainda pretendo, raramente se pode chamar ou designar por habitual. Normal.
Mas acima de qualquer noção, para além de qualquer conceito racional, abomino a previsibilidade humana. Quando, pelo mero facto de termos um cérebro que nos deixa racionalizar muito para além das outras criaturas, o único uso que lhe é dado por uma imensa maioria se baseia na monotonia, ainda cava mais fundo na minha raiva.
Todos somos diferentes, creio eu. E ainda bem que assim é! Porque me recuso a aceitar as benesses da igualdade. Odeio o tratamento conforme, que destrói a liberdade de escolha. E só consigo desprezar a maior parte das pessoas que me rodeiam.
Aceito-me odioso para muita gente. Que me tenha tornado imune à incompreenção e que nada do que faço ou digo sirva de chama que ilumina a escuridão. Aceito. Um preço a pagar.
Mas não consigo aceitar a monotonia das pessoas. São tão imensamente prevísiveis. E tão fácil se torna antever o que farão! Porque insistem em ser bonecos, fácilmente comandados e arrastados sem um minímo de resistência da sua parte é algo que nunca percebi.
Queixam-se de má fortuna. Amaldiçoam a falta de compreenção. Parecem esquecer-se de que são absurdamente visíveis. Claramente distinguidos e maçadoramente monótonos. Basta carregar nos botões certos e são marionetas a sonhar com uma importãncia que realmente nunca tiveram.