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A razão porque nunca serei santo é exactamente porque nunca compreenderei o conceito em si. A santidade implica privação e obediência cega. Por muito que tentem convencer-me do contrário, que insistam na noção de ser este um caminho para algo mais elevado e glorioso, só consigo vislumbrar a terra. Olhar para o céu é uma mera veleidade que utilizo apenas para absorver as nuvens negras. Nele nunca vi carros de fogo. Nem arcanjos da salvação.

Dizem-me com  extrema assiduídade que não sou realmente ateu. Antes pelo contrário. Que o que defendo e muitas vezes vivo é puro e não adulterado satanismo. Mesmo quando explico que não acredito em deuses. Mesmo quando não aceito a veneração a deuses.

Mas talvez isso não seja realmente necessário. Eu próprio cultivo a ideia do individualismo extremo, mas onde cabem outras pessoas e outras noções. Acredito no egoísmo em  relação a tudo. E mesmo assim entrego-me de alma e coração a quem me aceita e compreende.

Acredito piamente que a raça humana não vai terminar com alegria e que o reino dos céus não se abrirá. Não confio na grande maioria das pessoas e o meu cínismo é um cepticismo permanente.

 

Se calhar não sou um pequeno niilista, afinal. Se calhar sou um satânico. Porque não consigo fingir o meu estado de alma. A minha vontade rir com um papa artista de circo e hábil manipulador de marketing.

Porque não consigo evitar que me assalte o pensamento quando vejo um papa a beijar uma criança, a estender um abraço a uma ovelha fiel: quando será que como dádiva da raça humana recebe um tiro na cabeça? Ou uma faca no pescoço?







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