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" Não importa como se processa a desilusão em mim. Não interessa. Está lá. Parece ser o necessário e assim bastar.
Avalio a desilusão processada pela dificuldade que tenho em libertar-me de certos sentimentos. Porque nunca consigo livrar-me da culpa de sentir, da falta de vontade para largar o que sempre quis e achei ser meu.
Fica o trago inóspito dessa desilusão e uma quase vergonha de me sentir capaz de prender algo comigo. Uma certa vergonha por um sentimento de propriedade . Como se o mero acto de sentir necessidade de conservar uma emoção, um calor e afago, não fosse natural em mim. Não fizesse parte do meu mundo, já de si cravado de egoísmo protector.
Tanto para fazer. Tanto para aprender. Tão pouco tempo para sonhar.
Vou tentando enganar uma emoção tão surda como a desilusão. Vou queimando evidências umas atrás das outras, até, de forma visceral, reduzir tudo a pontos luminosos e fundamentais.
Provo também a mim mesmo, mais do que a qualquer outra pessoa, que afinal sempre é possivel vaguear erecto entre escombros."