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E porque razão, em nome de que racionalidade é que eu devo deixar o meu ódio dormente bem nos confins de mim? Para que me ferva o sangue e transforme os ossos em pó? Tudo de maneira humilhantemente silenciosa?
Não será melhor deixar que se esvaia por todos os meus poros? Por minhas acções e por minhas desilusões. Porque será que sempre achei que o espírito se manifesta no corpo e porque persisto em esquecer-me disso?
O ódio sempre me limpou a alma, criou os anticorpos para me curar. Por isso por vezes sou tão descontroladamente forte e orgulhoso.
Volto as costas a tudo. Tranco as portas e descalço-me. Ponhos os pés em cima da mesa e entrego-me a uma fiel companheira, a solidão. Mesmo que saiba ter de abrir a porta para deixar entrar alguém.
Mas aquela solidão é minha. Só minha.