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Uma vez, apenas uma vez na vida, não se olhe para a escuridão como nefasta e maligna.

Na noite escura como breu não se caminha de olhos fechados e mãos estendidas e trémulas.

A luz, irmã sensível e iluminadora de caminhos, queima e derrete  a fina membrana que cobre a alma. Pelo escuro caminham  os que já há tanto tempo apaziguaram a sua alma!

A serpente que rasteja, nobre em intenções e maculada pelo prejuízo dos santos, apenas faz companhía ao gato negro. Astuto e maravilhoso ser que vê para além da visão. Que na noite escura caminha silencioso. Ciente da sua estranha magia.

O amor torna-se pleno e sonhador na escuridão densa.

A luz, desperdiçada pelo dia e tão venerada pela clareza dos traços, mais não é que cegueira que provoca  as rugas severas dos santos.

Caminhar por uma qualquer eira, no escuro agreste e húmido, sentindo apenas os paços de botas que pesam, é verdadeiramente, estar em união com a existência pessoal.

Residem nos traços negros da noite as notas que fazem vibrar a alma do sonhador. Onde caminham os pecadores deste mundo ingrato e servo?

Por onde regressam os que pensam, afastados da luz, que a verdadeira felicidade reside na noite? No escuro.

Poetas e filósofos assim amaram. Os que que anseiam pela pedra filosofal que trará o conhecimento eterno, alimentam a escuridão.

 

Tento apenas uma vez. Apenas uma vez na vida. Ver de olhos fechados. Com a alma.

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"Não espero nada. Não temo nada. Sou livre"

 


Nikos Kazantzakis e o Niilismo Heróico

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Existem canções que são e permanecem uma marca que nunca se ofusca da nossa existência.
Num universo cada vez mais mediático e made in MTV, recordar que existe algo para além da miserável propagação de má música e facilitismo que nos assola cada vez que tentamos escutar algo diferente, é um ato, acima de tudo, de sanidade mental.
Os Tool são um projecto morte americano, por ventura uma das mais pontentes forças criadoras do VERDADEIRO universo musical deste continente, e são uma das minhas verdadeiras preferências a nível de grande música que se pode ouvir.
Qualquer dos seus trabalhos é imenso! Grandes e épicos,  todos revelam uma força de criação assombrosa.
Mas, perguntarão os que me leêm, porquê este tema em  especial? Se outros também se destacam?
Porque existem canções que nos atravessam como espinhos enterrados na carne! Eis porquê.
Muito do que se passa neste tema, é um estranho e mortificante ato de mutação mental e espiritual.
Agarrados  ás suas raizes, os músicos arrastam-nos para um mundo de devoção amorosa doentia e podre. Tão próxima de tudo quanto nos rodeia. Para além de o próprio video ser uma obra de arte (bem como todos os outros que gravaram), a noção de constrição e esmagamento será, e aqui é indismentível, perfeitamente alienígena ás actuais correntes musicais que os mais novos escutam. É pena.
Eu não serei um arauto de boa disposição. Sou sedento das minhas convicções e sempre atento a aprender. Prefiro aquele lugarzinho mais escuro. Ali, ao cantinho. Longe da reverência que traz a luz. E por isso, esta faixa, intensamente crua e despida de ilusões, agita-me e embala o meu berço.
Nas piores fases que a minha vida teve, nesta música me revi.
No meu mais intenso topor nihilista, onde perdi a fé nos amigos e, pior ainda, perdi a noção de mim mesmo, num estranho pulsar suicida, este tema tocou nos meus ouvidos.
Não existem melhores momentos para sentir a vida. Que nos parece escapar. E sentirmos a mais pavorosa forma de sofrer: A solidão!
Este tema não tem idade ou benevolência para com ninguém. Descreve a alma humana que, em solidão sofre e agoniza. Em escrava servidão!
"Sober"

There's a shadow just behind me,
shrouding every breath I take,
making every promise empty,
pointing every finger at me.
Waiting like a stalking butler
who upon the finger rests.
Murder now the path called "must we"
just before the son has come.
Jesus, won't you fucking whistle
something but the past and done?

Why can't we not be sober?
I just want to start this over.
Why can't we drink forever.
I just want to start things over.

I am just a worthless liar.
I am just an imbecile.
I will only complicate you.
Trust in me and fall as well.
I will find a center in you.
I will chew it up and leave,
I will work to elevate you
just enough to bring you down.

Trust me.

Mother Mary won't you whisper
something but what's past and done.

Trust me.

I want what I want.

Deixei, há muito tempo, de ter necessidade de agradar a quem quer que seja.

Talvez resida neste ponto, o caminho que escolhi e que todos os dias tento trilhar para poder eventualmente, encontrar a minha chama de paz.

E neste estranho alimento pessoal, encontro espaço para amar quem me ama e tentar que sejam felizes. Sem nunca me afastar do meus horizontes.



 

"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar."

(Carl Sagan)

 

"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida."

(Carl Sagan)

 

“Eu sou ateu, sou sim. Levei um longo tempo para dizer isso. Eu tenho sido um ateu por anos e anos, mas de algum modo eu senti que era intelectualmente inaceitável dizer que alguém é um ateu, porque isso assumia um conhecimento que ninguém tem. De algum modo era melhor dizer que alguém era um humanista ou agnóstico. Eu não tenho a evidência para provar que Deus não existe, mas eu suspeito tanto que ele não existe que eu não quero perder meu tempo.”

 

Isaac Asimov

 

“Desde que o universo tenha um começo, podemos supor que ele teve um criador. Mas se o universo é completamente auto-contido, não tendo fronteiras ou bordas, ele não seria nem criado nem destruído… Ele simplesmente seria. Que lugar há, então, para um criador?”


Stephen W. Hawking, cientista Inglês

 

“‘Superstição’… que palavra estranha esta! Se a gente acredita no bom Deus, isto se chama ‘ter fé’, mas se a gente acredita em astrologia ou na sexta-feira 13, o nome muda para ‘superstição!’”.


Sofia Amundsen

 

E POR FIM, O GRANDE SARAMAGO :

 

“Deus existiu sempre? Que é sempre? Deus criou-se a si próprio para depois começar a criar o universo? Onde é que estava deus quando se  criou a si próprio? E como é que alguém se cria a si próprio? Do nada, passando do nada ao ser? Se o nada existiu, tudo que veio depois estava contido no nada. Mas se estava contido no nada, então o nada não existia.”

 

“Se deus existe e criou o homem há não sei quantos milhões de anos, o que é que ele fez desde então?”

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A beleza é frágil. O tempo, tirano consumado, dela toma posse. Deixa, por breves instantes, que são anos a passar depressa, que a olhemos e dela tiremos satisfação.

Olho-te junto à cama. Na penumbra a tua pele brilha. Os teus braços e as tuas pernas, agitam-se suavemente. O teu peito, onde tantas vezes encontro paz e abrigo, sobe e desce em harmonia com os teus suspiros, estranhamente sensuais e que envolvem a minha adoração.

Na noite, lá longe ficou o ruído maquinal da rotina. Não sei rezar e por isso, de ti fiz o meu anjo. Sem asas, ainda assim pairas sobre mim. Delicada e querida.

 

No silêncio desta sombra sem luz, fácil se torna sentir-me pequeno. Criança  na escuridão. Que de ti, apenas espera um olhar sereno.

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