Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Existem nesta desgraçada raça que se diz humana, dois tipos de pessoas. Aqueles seres, normalmente considerados "anormais". São os que se atrevem, contra tudo e contra todos, a sonhar alto. Pecam porque se revelam inadaptados. Fazem da sua existência uma tentativa de escapar à mediocridade. Preferem estar realmente sós, a mal acompanhados. Preferem o frio e o dourado do outono, quando a maioria prefere o tórrido calor ou a massa de gente que grita, chora, pragueja.

Estes "anormais" nada planeiam e são estranos animais de instintos aguçados. Sentem que são únicos, porque de verdade o  são. Rejeitam e são rejeitados. Sentem como ninguém, mas prevalecem. Agem, mesmo que estejam errados. E continuam a sonhar. Tentar chegar. Questionam e suportam a ralé.

E do outro lado, quais feras raivosas, estão os que nada fazem para mudar a sua triste condição. Estranham quem tenta, porque são ocos e sem uma centelha de vida criativa. Assumem a normalidade e são vulgarmente banais. Jogam com a sua mísera existência, pensando que amanhã será melhor. Mas o amanhã só traz mais e mais do mesmo. Um peso imenso de ignorância confrangedora, que tentam combater com um porte altivo de arrogância mesquinha.

São aqueles que na matilha ficam atrás, circulando e rosnando, esperando que os outros ataquem a presa e a deixem quase indefesa, para depois cravar os dentes cobardes e imundos, no seu  calcanhar, para que esta caía  e possam finalmente sentir-se gigantes na sua pequenez.

Para esta raça "normal" vai o meu ódio mais profundo e sem perdão. Pela sua simples existência se revela onde falhamos como sociedade. Tolerar  esta "normalidade" confonta-nos cara-a-cara com as nossas próprias fraquezas. Com os nossos dilemas.

Mas, verdade se diga, espelha também o colossal fosso entre seres que habitam um mesmo espaço. E a soberba necessidade de realmente ser diferente da ralé. Mesmo onde houver mesquinhez surda e hipócrita, porque incompetente. Ou então, morrer tentando ...

 

Tags:

 

No fundo é isso, não é?

Acordar para algo que não queremos, doce engano

Resvalar onde outros seguiram,

Sorrir onde outros oraram.

 

Desmerecida que está a minha sorte,

Vagueio entre ciprestes feitos mortalhas, da minha alma

E se de novo te avistar, descansa

Não falarei. Olharei ...

 

Fágil está a minha condição,

Em dias amenos de amor, padeço de estranha figura

Ás tuas vestes me agarrei, para te despir

Engano me deste, pois abandonado fiquei.

 

Da minha janela, avistei o mundo

Vi que perguntas ficaram por responder,

Eternas dúvidas, fonte da alma

Esclarecida a sede, mas não o desejo.

 

Desta janela, avisto manchas

Onde deveriam estar rostos,

Nas mãos estranhos sinos

Tocando o meu funeral.

Tags:

Noto sempre a surpresa e choque das pessoas que ao sentirem que estão sós, se deixam levar por sentimentos depressivos. Algo insalúbre toma conta das suas vidas. Acham que chegaram a um qualquer beco sem saída. A escuridão assusta. Deixa-as mirradas.

Sinto alguma compreensão por este estado. Acho que em muitos casos, sózinhos, muitos não sabem o que  fazer das suas vidas. Que rumo e que futuro deverão abraçar. Mas porque deveria espantar-me? Nunca procuramos dar um sentido à nossa existência pessoal. Estamos sempre dependentes de outros para algo. Quer para comer, quer para respirar!

Tenho testemunhado, que até para termos auto estima, respeitar o que na realidade somos, estamos dependentes de outros. Passamos anos a ignorar o que queremos. O que somos, realmente.

E eis-nos sós! O que fazer? Muitos escolhem nem sequer fazer essa pergunta. Correm, de imediato, para uma companhia qualquer. Não pretendem conhercer-se. Recusam reconhecer o que realmente são. Mas o que me deixa realmente petrificado, é a necessidade soberana, quando chega esta solidão, de companhia. Mesmo que para isso, tenham de entrar em metamorfose, transformando-se noutra pessoa qualquer.

Ficam, portanto, horrorizados com a percepção de que aquele reflexo, aquela imagem tantas vezes ridícula e anónima, é a sua triste condição. A sua verdadeira imagem.

Tags:

 

Atravessada que está a porta do meu destino, perdi-me nas luzes

Demasiado claras, pois aqui não pertenço

E não posso aqui ficar, repouso teu

De sons e cascatas de sombra, onde não tens sede de mim

 

Se pudesse aqui permanecia, mesmo que culpado pelo que sou

Uma lágrima de amor pediria, em troca da essência que me alimenta,

Debaixo do teu olhar em extâse,

Dormiria, padecer, antes de morrer,

 

Mas onde fico eu, em que posso eu vislumbrar as portas douradas?

Aqui me coloco, sem culpas pelo que sou

Portento daquilo em que me tornei,

Desnorte de uma alma, outrora ressequida, agora apaziguada.

 

O cadeado que te encanta, num novo dia se torna

Em breves palavras, abriste a minha jaula

E sorriste! Livre de me ouvires o uivo

Feliz por já não ser a razão de tua mágoa.

 

Se pudesse, aqui ficaria

Em contemplação profana, mão no teu ventre

Beijo no teu cabelo, onde as túlipas crescem

E nesse cheiro, podia fechar os olhos,

... E sonhar-te, minha...

 

 

 

Tags:

Então? Porque esperas? Esta noite é tua! Limpa o rosto do desgosto. Sorve o ar resquício da minha dúvida. Um castigo me aguarda por ser teimoso. Por não temer consequências.

Já não preciso de mais. Tu convidaste-me e eu aqui estou. Besta nocturna,  de sonhos cintilantes. Pego-te na mão. Mostrar-te-ei o que é o Inverno.

Derretidas que estão, todas as esperanças, por um estranho sol malicioso.

Penso em dezembro. Sonho com o brilho da minha estrela. Fria e trocista, assiste-me ainda. Sonâmbulo e em febre. Passeio por ti, triste coração de porcelana. Serás minha, ainda? Na minha palavra, promessas de paz. Aquieta-te por segundos e sorri. De respiração contida, um beijo te atiro. Ninguem por mim passará sem a ti se vergar. Reconhece-me na tua aura. Caminha neste campo de sonho. Nos cardos deste lado, o sangue jorra por ti.

Sou a tua evidência. Solidão por ti ansiada, em horas tardias consumada. E eis-te minha alma gémea!

Tu brilhas, irradias estranho arco de luz. Eu, assomo-te em doce pranto cinzento. Perdoa onde peco. Enches o vazio a que me proponho. Se de frio te falo, doce alma, é porque sei que encontro calor. Dou-te as correntes e o meu pescoço. Pois és senhora do meu andar. Sou tão forte quanto queiras. Dispensa-me e eu retornarei, vestido  de brisa ao teu quarto. Até ao fim do meus dias...

Tags:

É necessário que esta loucura venha lentamente. Sei que fraquejo muitas vezes. Dúvido de mim próprio. Se não porque é que só fico calado quando perco as esperanças?

Não deveria, é certo. Mas tenho vindo a odiar progressivamente, esta minha  têndencia para rumar ao Nada. Ódio nem sequer é uma palavra muito forte. Para este misto de emoções, até é um porto seguro.

Estou longe de ser mártir. Não tenho esse rídiculo pretensiosismo! Mas por uma vez na vida, apenas uma vez, gostaria de trocar as voltas a esta vida de merda e arrecadar o fardo existencial de outra pessoa! Não sou samaritano. Mas sei que poderia tornar certas coisas mais brilhantes.

Um sentimento que me tem assombrado repetidamente nos últimos dias tem a ver com o desistir de algo. Acabo sempre com a mesma questão. Que me corrói imenso. Se tivesse de desistir de algo, de que seria? Estranhamente, uma paz assoma na resposta. Desistiria de mim.

Para ti, neste momento cruel e injusto , sei que gostaria de carregar esse fardo por ti.

Não te abandonarei!

Por agora e porque só vejo tristeza em ti, dedico-te esta canção de uma banda que  tu sabes como venero.

 

Tags:

 

... Por ti aspirei a uma chama que ardeu em gelo

Sem saber, perdi-me no teu passado ...

... Por te desejar, perdi-te

E agora estou a caminho. Procuro a minha luz

 

... Este é o meu mundo, esvaindo-se em branco escarlate

Onde morre tudo o que encontro, sem ti desisti ...

... Sem te ver, já me perdi

Para me confrontar, matei a culpa ...

... E não vi solução, para além da morte!

Tags:

 

Como é fria esta chama, que em  velhas noites  desejei

Por ti, cortei as minha asas, verguei submisso

E vi sempre este fogo frio,

E fiquei para trás, longe

 

Na escuridão queria confrontar a minha culpa,

Não vás!

Ainda aí não cheguei,

 

Vejo-te nesse anel de luz, na escuridão

Através de um vidro, longe de mim

Não notas a minha presença

Nesse local só teu

 

Deixa que chegue a ti, em aparição negada

Os meus lábios estão cerrados, mas chamo por ti

E quando me tocas,

Eu aprendo palavras que antes não sabia,

 

Sou gelo,

transparente,

Que o teu mundo gele,

Meu eterno encantamento,

 

Sinto tanto frio!

Nesta escuridão que me recompensa, em cinzas

Sentir o teu toque,

Desejar conhecer esse amor, que é teu.

 

Foi a minha vez de te perguntar  por que caminho segues? Porque não vais por onde eu vou? Apenas vacilaste um segundo. Trémula e sem perdão, seguiste por outras passagens.

Era noite densa, quando decidi seguir-te. Mas na ponta dos meus dedos senti frio. Os meus olhos, sem ver, assustados, chamavam-te. Para nada. Só conseguia ouvir o teu sorrir. Sentir o teu cheiro, nocturno e doce.

Gritei. Chamei-te em fogo. Sempre mais longe de mim.

Onde estás agora? Flor selvagem banhada por estrelas? O teu voo ainda me atrai. Sigo por onde quiseres. Mesmo que isso me leve a nenhum lugar. Sei que este tormento me libertará. Sigo-te ainda ...

Tags:

Pág. 1/5





Arquivo

  1. 2024
  2. JAN
  3. FEV
  4. MAR
  5. ABR
  6. MAI
  7. JUN
  8. JUL
  9. AGO
  10. SET
  11. OUT
  12. NOV
  13. DEZ
  14. 2023
  15. JAN
  16. FEV
  17. MAR
  18. ABR
  19. MAI
  20. JUN
  21. JUL
  22. AGO
  23. SET
  24. OUT
  25. NOV
  26. DEZ
  27. 2022
  28. JAN
  29. FEV
  30. MAR
  31. ABR
  32. MAI
  33. JUN
  34. JUL
  35. AGO
  36. SET
  37. OUT
  38. NOV
  39. DEZ
  40. 2021
  41. JAN
  42. FEV
  43. MAR
  44. ABR
  45. MAI
  46. JUN
  47. JUL
  48. AGO
  49. SET
  50. OUT
  51. NOV
  52. DEZ
  53. 2020
  54. JAN
  55. FEV
  56. MAR
  57. ABR
  58. MAI
  59. JUN
  60. JUL
  61. AGO
  62. SET
  63. OUT
  64. NOV
  65. DEZ
  66. 2019
  67. JAN
  68. FEV
  69. MAR
  70. ABR
  71. MAI
  72. JUN
  73. JUL
  74. AGO
  75. SET
  76. OUT
  77. NOV
  78. DEZ
  79. 2018
  80. JAN
  81. FEV
  82. MAR
  83. ABR
  84. MAI
  85. JUN
  86. JUL
  87. AGO
  88. SET
  89. OUT
  90. NOV
  91. DEZ
  92. 2017
  93. JAN
  94. FEV
  95. MAR
  96. ABR
  97. MAI
  98. JUN
  99. JUL
  100. AGO
  101. SET
  102. OUT
  103. NOV
  104. DEZ
  105. 2016
  106. JAN
  107. FEV
  108. MAR
  109. ABR
  110. MAI
  111. JUN
  112. JUL
  113. AGO
  114. SET
  115. OUT
  116. NOV
  117. DEZ
  118. 2015
  119. JAN
  120. FEV
  121. MAR
  122. ABR
  123. MAI
  124. JUN
  125. JUL
  126. AGO
  127. SET
  128. OUT
  129. NOV
  130. DEZ
  131. 2014
  132. JAN
  133. FEV
  134. MAR
  135. ABR
  136. MAI
  137. JUN
  138. JUL
  139. AGO
  140. SET
  141. OUT
  142. NOV
  143. DEZ
  144. 2013
  145. JAN
  146. FEV
  147. MAR
  148. ABR
  149. MAI
  150. JUN
  151. JUL
  152. AGO
  153. SET
  154. OUT
  155. NOV
  156. DEZ
  157. 2012
  158. JAN
  159. FEV
  160. MAR
  161. ABR
  162. MAI
  163. JUN
  164. JUL
  165. AGO
  166. SET
  167. OUT
  168. NOV
  169. DEZ
  170. 2011
  171. JAN
  172. FEV
  173. MAR
  174. ABR
  175. MAI
  176. JUN
  177. JUL
  178. AGO
  179. SET
  180. OUT
  181. NOV
  182. DEZ


topo | Blogs

Layout - Gaffe