Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Neste recanto secreto, mundo bizarro
de emoções feito,
onde crescem sonhos, absortos em si
caminho por estradas antes criadas, antes forjadas
E vejo o que deixo para trás,
cortadas as desilusões e as malhas da paixão
em brevo volto a tudo reencontrar,
pois não pretendo falsa consciência do que sou,
apenas permanecer assim, envolto nisto
Tu baixas a voz, num sibilante sussurro
porque estou exposto, na escuridão
no amâgo do vazio,
por isso deixa que aqui fique
na penumbra do dia
Deixa que aqui fique, e renasço de novo
deixa-me neste Vazio, Nada
assim me abro para a morte, só
esta será a minha verdade,
por Fim, a Salvação que chega...
O caminho por esta estrada faz-se em solidão. Porque se torna longo. Pesaroso e insensato. Muitas vezes o vazio que me transcende, apenas o consigo sentir. Raramente descrever. Uma parede de concreto. Tingida de negro. Pontuada por cinzento. E pouco branco.
Torna-se díficil respirar. E porque me torno tão racional apenas sonho com respostas. A minha imaginação torna-se um mar revolto.Tempestuoso. Assim, eis que me encontro só. E se há companhia, grata que seja, sei que será frugal. Sei que se aperará de mim rápidamente. Nada que mereça a minha raiva. Apenas a minha desolada vénia. E prossigo. Só.
Por vezes gostaria de olhar para trás. Lamentar o sucedido. Desculpar-me, se caso fosse. E apenas posso aceitar o que sou. Se tenho alguma melodia em mim, é descompassada. Insolente e persistente. Porque estou sempre a procurar. Tentar finalmente a chave certa. Abrir as portas e olhar alguém que comigo caminhe.
Nos dias feitos desta matéria, lamento seriamente esta minha vontade. Apego-me apenas ao que não deveria. O que em mim se enraiza, cresce tão forte, tão obscenamente convicto, que só me resta esperar. Encontrar uma saída deste caminho.