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De algum modo, continua a ser o melhor remédio para um combate eficaz  contra  tudo o que é idiota e pacóvio.  Sim, porque lastimávelmente, cada vez é mais difícil  inverter a ordem do rebanho parolo.

Será que alguém terá deixado explicíto aos idiotas pacóvios que existe um santo remédio para terminar com a sua existência medíocre ? Chama-se  Suicídio. Porque este mundo já é , de si,  uma latrina  e se podermos poupa-lo a mais merda seria perfeito.

 

Como não existe um deus que ponha um fim à imbecilidade, vai o meu contributo.

 

... Não. Não é preciso agradecer-me.

Já deixei de tentar entender. Não tento sequer ser solidário com isso. Pura e simplesmente, não se afigura como uma tarefa racional. Mas a verdade é que existem pessoas neste mundo que conseguem percorrer uma existência inteira, anos a fio de respiração e espaço ocupado, sem terem nada que seja realmente seu. Nada que possam reclamar como autênticamente seu, genuínamente pessoal. Próprio.

Para mim, este é o estado mais degradante da uma vida. Um limbo emocional que é preenchido por outras emoções. Sensações roubadas e aprisionadas como pertença pessoal. Mesmo nunca o sendo.

O descanso e a paz interior é conseguida por efeito placebo: sentindo o que os outros sentem. Ansiando por emoções que não são próprias e nunca o serão.

 

Mas ainda mais desgraçadamente miserável, é que estas criaturas se tornam dependentes dos outros de uma forma obssessiva. Parasítica. O vazio das  suas vidas artificiais cria o drama, a paranónia e a obstinação. Justificam uma vivência amorfa com argumentações sobre factos que não existem. Conspirações e cabalas contra si, que só existem nas suas mentes deslocadas e pequenas. Porque veja-se, a sua solidão brota não de uma exigência pessoal, de uma acção de amor próprio e orgulho, mas de um estado forçado pelas suas atitudes. Estão sós não porque o queiram, mas porque padecem da  ruína mental própria dos idiotas estafados.

 

Nada é seu, realmente.

Não o são os filhos, que crescem e não voltam a olhar para um rosto que envelhece sem o brilho da inteligência de quem obteve algo realmente único. Uma vida de pequenas vitórias pessoais, que se vão transformando num tornado de força. Não, ficou apenas o mero acto  de procriar. Colocar a continuação dos seus genes. Sem qualquer outro desígnio que não seja esse. Mais gente.

Não o são os companheiros. Porque a estas criaturas só lhes estão reservados cinco minutos de atenção. De preferência que fique ele por cima, pois parece que os verdadeiros machos é assim que se comportam: por cima, durante alguns minutos. Fizeram a sua obrigação. Fica o vazio e a  desilusão  de uma vida próxima do fim. Inútil e sem paixão.

 

A irracionalidade desta vida fascina-me. Afinal, sendo eu um devasso fascinado pela dôr e pelo sangue, orgulhoso ( por muito que custe ás pessoas ...) e arrogante, não tenho qualquer problema em deixar que a minha companheira fique por cima! De facto, até me dobro até ao chão por ela... será porque é tão incrivelmente bela? Será pelos cabelos longos e negros? Pelo riso? De onde sobressaem dentes tão brancos que fariam corar de inveja a maior parte das criaturas deste mundo? Ou então, pela sensualidade de um corpo por onde a idade parece não passar; por uma tez de pele e uma grossura de lábios que por  incontáveis vezes já me retiraram do mais espesso dos desesperos... Também pode ser pela sua potente inteligência, já que podemos dissertar Nietszche, Camus ou Sartre com a mesma fluência com que dissertamos sobre orgulho e auto estima. Beleza associada a inteligência. Esta conbinação é o suficiente para que me vergue apaixonado.

No entanto, o caro Fleuma não parece ser muito macho, não. Gosta de ver a companheira no estertor do orgasmo - impensável para certos machos! Tem de ser executado em  cinco minutos e sempre por cima: só tem graça assim. Aborrecido e monótono.

No fundo, pergunto-me: será que alguma destas supostas criaturas que nunca tiveram nada realmente seu,  saberá sequer o que é um orgasmo?

 

Uma vida, existindo. Respirando ilusões sem nunca tentar a mudança. Restando um vazio, nada tendo realmente seu. Apenas paredes e a arrogância de um traste usado. Ainda acreditam que para sonhar não é preciso movimento. Basta ficar estática, em  estado sólido. Criando dramas e conspirações. Amargando por uma época de glória que nunca tiveram.

O caminhar da inutilidade ...

 

" Será que perdeu a razão? ...

Conserguirá ver ou será cega? Será que consegue caminhar ou falar?

Move-se ou anda aos tropeções? E ...

Será que está sequer viva? E ... Será que sabe sequer pensar?

 

Porque razão nos  deveríamos ralar com a  sua inutilidade?

 

AH!! ...

 

Acha-se criada a ferro e fogo! Salvação da própria humanidade!

Mas, ninguém a quer. Por isso, embrutecida, apenas pasma para o mundo!

Planeia vinganças, nunca concretizadas. Gostaria, na sua inutilidade, de ser temida,

Mas, ninguém a quer,

Todos voltam a face para o lado, em nojo,

Ninguém ajuda tamanho fardo inútil, tacanha é a sua condição.

 

Chumbo prende a inutilidade à terra que irá consumir a  sua  caminhada.

O mundo falhou. A natureza errou. A beleza encolheu-se.

Nasceu um aborto. Morrerá inutilidade."

O que me custa mais aceitar é a passividade. Odeio-a! Com todas as minhas forças.

Uma coisa é aguentar, resistir. Outra é baixar a cabeça e deixar que mais uma vez a nossa vontade seja destroçada.

Vejo coisas claramente. Vejo como certas pessoas se limitam a respirar e deixar passar os anos. Manter uma postura em nome de uma mentira.

Vejo, claro. Como comem no prato que outros recusam. Engolem em seco e em sentimento, em passividade, derrotadas.

E não as vejo a ganhar velocidade. Nem a tentar outras estradas. E ainda me apresentam a sua compaixão. Como se eu estivesse louco nesta minha vontade de afastamento.

Falam de chuva e tristeza. Afirmam como sabem de solidão. Mas não as vejo tirar os olhos do chão. Como se tal fosse a condição ideal, como se a passividade fosse o caminho.

Os nossos passos são certos. Direitos. Por agora. Tal acontece quando vemos por fim um fim à vista. Senão, porque caminharias pelo corredor traçando com os indicadores de ambas as mãos, leves traços pelas paredes? Como se tentasses preservar algo. Alguma coisa que não voltará. Seguramente, creio eu.

Vejo tantas coisas, através da emancipação do teu olhar profundo. Respiras fundo, agitas as cartas em cima da mesa. Papel. Espelhos e coroas de outras noites e dias. Palavras a tinta. Tem graça, não é? Num tempo em que já não se usam praticamente canetas a tinta para escrever o que seja. E tu com tantas cartas... Amarelas pelos dias, que não foram teus. Ou nossos, como queiras.

 

Olho-te, do outro extremo da mesa. Sabes o que penso de culpas e desculpas. Do peso da responsabilidade. Ou do perdão, de perdoar e ser perdoado.

Ergues-te da cadeira. Esticas a tua mão para mim. Sabes que te arrastarei para fora das tuas mágoas e convicções. Sabes, que não te deixarei pedir perdão a ninguém. Sabes. Como vejo o orgulho e a vontade. O amor pessoal. E sei. Sei que odeias admiti-lo: acabo por ter razão.

 

... Quase sempre.

... Ela gosta de se deixar cair  desamparada em cima do sofá. Gosta de pôr os pés, calçados pelas botas negras, em cima da mesa de vidro tosco.

Enquanto isso, vai desapertado os botões da camisa. Agora, o cabelo longo e negro, já lhe caí sobre a face levemente fatigada. O brilho dos olhos convida-me.


... Sento-me ao seu lado. A pequena mesa de vido quase cede, sob o peso das minhas botas. Ri-se, com a minha falta de elegância. Mas, mesmo assim, deita a cabeça no meu peito. E sinto o cheiro do seu cabelo. Sei que poderia morrer ali, descansado. Sei qu

e a vida tem sentido, através dela.

 

... E adormecemos juntos... Minto: eu adormeço um pouco após ela. Fico ainda naquele transe, sentindo-a respirar. Absorvendo o cheiro do seu cabelo e o perfume do seu corpo. Só depois me entrego ao sono e ao esquecimento.





O conceito de grandeza num ser humano não se mede realmente pelo dinheiro possuído. Nem sequer pelos bens ou pelas paixões. É grande de espírito aquele que é genuíno. Que segue o seu próprio caminho, mesmo contra as regras dos outros.

Não conheço muito seres humanos realmente grandes de alma. Talvez porque os meus conceitos de grandeza humana sejam diferentes. Ou se calhar, porque eu é que estou errado e por isso, longe da realidade. Não me interessam as benesses dos santos. Não acredito em praticamente nada que não me seja provado. Por isso, as poucas pessoas que ainda admiro, acho-as grandes. Imensas.

 

Mas reconheço o conceito da falta de grandeza na maior parte das pessoas que giram à minha volta. São imensas! É quase obscena, a quantidade de má raça que habita o nossa planeta. Antes de qualquer outra noção que eu possa ter, seja errada ou certa, o que mais me enoja é a estranha capacidade de adaptação destas criaturas. Não criam nada de novo - antes assim fosse! Seguem e imitam. A mera noção de paz é algo  que parece ser impossivel no seio desta gente. Não consigo perceber onde reside o prazer e a glória pelo assumir da sua condição: lixo.

E caminham ao lado dos que apenas querem seguir a sua vida, apenas pretendem a distância do seu murmúrio lamuriento e mesquinho. Bem sei que a sua condição apenas serve para seguir e imitar. Bem sei que a sua raiva e gemidos de ciúme são condição, são incapacidade de escapar aos dias de solidão forçada. Longe da chama e do calor dos que são realmente grandes.

 

Os dias passam. Os anos pesam e esfumam-se as esperanças. Mas se existem os que comandam e dão como bem-vinda a solidão porque é partilhada e preservada, também existe a vasta manada de incapazes. Incapazes de respeitar distâncias e desprezo. Mesmo recebendo os pontapés, a manada é sempre igual. Persegue, chateia e espuma-se de raiva inútil.

Talvez  para a maioria de incapazes, a vitimização seja a tradução da sua incapacidade de crescer. Ou então, a frustração de ver que todas  as sua opções de vida foram um erro colossal!

Seja como for eu não as lamento. Odeio-as!

 

Lembram-se da primeira vez que se viram num espelho?

 

Crianças que observam o seu corpo e tentam perceber com o que é que se parecem.  A quem é que se assemelham, lembram-se disso? E alguém se lembra que pensamentos rasgaram a mente? Enquanto faziam caretas, faces obscuras e terriveis. Perguntado-se porque razão tinham aquele aspecto e corpo. Analisando a estrutura da expressão facial. E como somos uma combinação dos nossos pais.

A crença no fim do mundo baseada numa qualquer crença religiosa ou na improvável capacidade que uma miserável criatura possa ter de predizer o futuro, é a prova irrefutável de que a estupidez será realmente a verdadeira causa do fim da humanidade. A estupidez ignorante espalha-se como uma praga, contagiando a mente dos fracos de espírito. Em vez de questionarmos e desafiarmos tudo e todos. Afinal, creio que o questionar e duvidar é a forma mais simples de receber respostas. Nada mais claro. O cépticismo, achar que nada é certo ou totalmente verdadeiro deveria ser uma prática pessoal de todos os dias. Em vez disso desejamos morrer nas mãos de  sacerdotes e parasitas.

 

Numa era em que a ciência pura e simplesmente retirou o conceito  de Deus todo-poderoso da equação, continuar a aceitar estas cretinices é consumada ignorância. Estupidez aguda.

Nas ultimas semanas, tenho tentado ser o mais amigável e simpático que posso e consigo com as pessoas que encontro. Por alguma estranha razão, tentei convencer-me que de facto existe algo de bom na maior parte das pessoas que giram à minha volta; as que, sobre as quais,  não consigo tecer qualquer virtude positiva.

 

Falhei. Miserávelmente.

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