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Finalmente, sentados na sala, com o café quente e o fumo dos cigarros em nuvem, tomamos a consciência absoluta, implacável, de que a velha senhora não regressaria. Nada pode alterar o facto, de que afinal, qualquer um destes momentos pode ser o último. E nada desta vida deveria ser apenas uma pequena passagem. Todos os minutos, horas, dias e anos, deveriam significar algo. Mesmo quando as decisões são o espelho sujo e deixam as lacerações que rasgam. Mais do que a falta da presença física, do gesto terno e do cheiro a doces de morango, é a constatação de solidão. Sentir a solidão, em dias assim, tresanda a uma bênção santa. É uma porta que fechamos nas nossas costas e muitas vezes um duro acto de misericórdia a nós mesmos. E quando deixamos de falar, quando silenciamos as vozes por algum tempo, a mente tem aquela sórdida tendência de se tornar "branca". Algo sucede: o tempo pára. Foge para outras paragens. Só regressa por palavras ou gestos. Também pode regressar pelo desgosto, essa dádiva que tanto, mas tanto temos de lutar para possuir.
Afogam-me, aquelas histórias que não são contadas aos sete ventos. E tantas são as criaturas que caminham em dois pés, com histórias para contar! Por vezes tudo o que fazem é travar uma constante guerra contra o sufoco, para respirarem mais um dia ... O meu fascínio mais secreto reside em tentar vislumbrar as marcas que verdades não ditas, gritos amordaçados e presos para sempre, deixam na alma. Para lá dos muros do dia a dia, alem das simulações ficam os tons suaves de certas ruínas que, por bizarro que seja, ainda resistem e funcionam.
Somehow, i have learned that some friendships in DARKNESS will never ever die!!
As noites têm sido a demonstração de verdade absoluta. Muito simplesmente porque exigem de mim a maior coragem perante a intimidade dos actos e das palavras. Um risco absoluto e que eu sei que corrói profundamente, já que tenho de ceder em muitas coisas que noutras ocasiões permanecem como devem: em sombras. Mas a intimidade é um risco inevitável e porque em todas a vezes me é demonstrado, impossível escapar. Eu nunca pretendi prever até onde me poderia levar um relacionamento com outra pessoa ou sequer até onde tal me poderia conduzir. Embora as cicatrizes de outros dias e encontros façam parte do meu ADN eu encaro a minha intimidade com outra pessoa como uma mistura química instável. Sei da minha odiosa capacidade de infligir dor e danos ( muitas vezes irreparáveis, eu sei, mas que eu nem sempre estou interessado em consertar), mas ainda sei algo muito melhor: da minha capacidade ( que alguns dizem ser pouco natural ...) de sustentar punição física e mental. E quando se trata de intimidade a batalha é imensa. Mas tem melhorado e muito por culpa de outra pessoa que me tem "guiado" num mundo de cegos e surdos. Intimidade? Talvez não signifique esmagamento. Talvez não seja um processo autodestrutivo. Continuo a desconhecer como lidar com uma imensa maré de emoções. Apenas me permite ficar mudo, o que não ajuda em nada. Mas há algo que tem sido forçosamente implantado em mim. Intimidade implica abertura ao positivo e ao negativo. Desgosto, lamentos e muitas desilusões. Mas também se prova o êxtase, o compromisso, a intensidade e, acima de qualquer outra emoção ou conceito de vida que eu possa ter, esmaga-me a potência de aceder a uma consciência de mim próprio bem como de outra criatura como eu que jamais pensei ser possível!
“Throw a stick, and the servile dog wheezes and pants and stumbles to bring it to you. Do the same before a cat, and he will eye you with coolly polite and somewhat bored amusement. And just as inferior people prefer the inferior animal which scampers excitedly because someone else wants something, so do superior people respect the superior animal which lives its own life and knows that the puerile stick-throwings of alien bipeds are none of its business and beneath its notice. The dog barks and begs and tumbles to amuse you when you crack the whip. That pleases a meekness-loving peasant who relishes a stimulus to his self importance. The cat, on the other hand, charms you into playing for its benefit when it wishes to be amused; making you rush about the room with a paper on a string when it feels like exercise, but refusing all your attempts to make it play when it is not in the humour. That is personality and individuality and self-respect -- the calm mastery of a being whose life is its own and not yours -- and the superior person recognises and appreciates this because he too is a free soul whose position is assured, and whose only law is his own heritage and aesthetic sense.”
H.P. LOVECRAFT