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Luz ...
Para o olhar menos atento, talvez não seja preciso demonstrar qualquer emoção. Porque a visão perfeita é periférica como a do corvo nas florestas romenas. Tudo se consegue ver e em todos os sentidos. Mesmo na necessidade intrínseca de um afago, de um "amo-te" entre dentes como se fosse uma palavra proibida, código para abertura de algo adormecido no interior. Enterrado por anos de frio e calor punitivo. Reparo que se consegue dançar de maneira diferente lado a lado, em oposição ao frente a frente. Olhos nos olhos. A dor também não é a mesma, diga-se. Não existe racionalidade explicativa nos cortes perfeitamente cirúrgicos que brindam uma alma que se julgava só e sem refúgio quando descobre que no outro lado, no canto da visão, se encontra um outro fantasma sedento de nos demonstrar que afinal, não estamos realmente sós. Sadicamente, deixa plantada na parede erguida em desespero e desilusão, a semente que cresce em saudade e confirmação do erro que somos.