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A ti, uma vez mais, que insistes em implorar que deixe de escrever, por já estar condenado,
A ti, me dedico....
No teu desespero, fraco e monástico
nessa tua aurora, preservada por anos de apatia mental
onde o teu corpo, há muito morreu
resides agora, envolta em cordas
boneca de vime, louca por desespero
Pouco te serve, esse consolo frio
onde tudo o que soletro, te esmaga, fustiga
no que me escreves, encontro a tua fadiga
fragilidade de comunicar, um vez mais
por anos de apática disfunção
E dizes odiar-me, tal é o meu desejo
triste figura, sem beleza
apática permanência,
que tu me renegues, pois de ti faço exemplo
por ti, passo o meu riso
E insistes em que nunca mais escreva,
pois sou o que nunca quiseste ler, sequer ver!
então porque me segues, lês?
porque te escondes, hárpia sangrenta?
temes a escuridão?
sabes que aqui te espero, em paciência...
E olha para ti, que me criticas e mortificas
olha para a concha que és,
vazia, frágil, fraca
há muito perdeste a tua alma
para a apatia
Dizes que sou falho, impossivelmente irado
mas tu nunca falhaste, porque nunca tentaste
a tua magia não reluz, apenas é um breve bruxelear
soturna visão do que és, desolada personagem
Que continues a condenar-me, injúria será
o meu nome, sem ti, não seria Eu
no meu espelho te remetes, patética distorção
que ora e que pede para que me cale, feche a escuridão
pois se ainda lês os meus verbos, seja porque isso te faz
sentir viva!
Não apenas o que realmente és,
... apatia, amargura em torrente.