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O reflexo desta visão, trascende-me
na minha visão, diga-se
vejo quem se aproxima, quem realmente
me quer, estranha lógica
bizarra noção, sempre presente
sempre escravizante
Por estes caminhos, longas escarpas
o pensamento é ar, não é desse mundo
respira e absorve, estranhamente tranquilo
porque não se esvaí nas palavras
torna-se absoluto, dementemente
absoluto, puro
finalmente!
Todas estas coisas se apoderam de mim,
nem que seja neste reflexo matinal,
na inglória vitória, na certeza de algo,
de que sempre tive razão,
de que nos podemos converter em vil noção
para os que nunca respiram este ar, porque morrerão
Se fosse máquina, libertando esta raiva e este sentimento
de não pertença, só teriam de me desligar, só isso
mas nada disso acontece, assim seria melhor?
para quem? se fosse máquina o respeito nunca se tornaria
ódio, nunca seria viscoso, podre
pouco importa, não sou máquina.
O meu movimento não precisa de outra coisa
que não seja a minha força,
mas aceito a força de quem se aproxima, respira
em mim, verdadeira poção de razão
abrindo-me os pulmões, nem que seja à força.