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Nem sei porque me devo preocupar com uma mera possiblidade. Com a possivel existência de um destino. Um porto a que chegarei. Algo traçado desde o ínicio. Sem consentimento meu. Sem que eu pudesse emitir uma opinião.
Como posso eu acreditar em destinos desenhados? Na humilhante possibilidade de, ainda no útero humano, algo, ou alguém decidir por mim. " Que seja este o teu caminho. Acabarás assim!"
Conceber um qualquer fado. Não precisar de me preocupar. E ainda assim, mesmo ralado, não poder alterar nada.
Para que sirvo então, eu? Se já estou marcado. Se nada do que penso ou faço, pode alterar tal estatuto? Prefiro pensar que ainda posso escolher. Possuir a tal soberba. A tal qualidade de dizer sim. Ou não. Não aceitando nada que me seja destinado.
A única marca real com que realmente nascemos, na nossa mais profunda essencia enraizada, é a da solidão. Caminhamos sós. Quer achemos pessimismo, ou não. Quer estejamos apaixonados. Que apenas vejamos qualidades. Sem defeitos. E se o meu destino já está traçado, que me torne omisso de sentimentos. Pois não adiantam nada. Nada do que faça modificará a minha condição. Nada tem realmente sentido.