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Torna-se fácil conviver com os golpes com que flagelo o meu corpo. São cicatrizes, memórias físicas da minha inconstância. E nem preciso de muito. Basta que me dispa e me olhe ao espelho. Já deixei de me assustar.
Mas a geometria de dor que vai na alma, é todo um outro universo. Nada tem de exacto ou prevísivel. Sempre que me são reveladas respostas, logo surgem muitas mais perguntas. Sempre mais díficeis. E sempre mais complexas. Por isso acredito que possamos sangrar de forma tão intensamente moral, que se torna inútil evitar a sensação de impotência que nos assola, de cada vez que temos um leve vislumbre da nossa sinistra capacidade para o autoflagelo. É inato. É genético. É humano.