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Encontro pacificação num olhar.

Interrogo-me, vezes sem conta, como pode isto ser possivel? Apenas com um olhar, consegue deixar-me sereno. Sem pinga de ódio.

Pode uma mulher, de aparência frágil e suave, reter em si tamanha capacidade de vontade e serenidade? Perguntas. Nada mais. Também, não preciso de respostas. Estão sempre à minha frente. Nos seus olhos. Nas suas mãos.

Os poetas, esses tolos românticos, chamam-lhe amor. Eu chamo-lhe paixão. Acordo de sonhos, tantas vezes cruéis, e ela lá  está, à minha frente: pernas cruzadas, uma camisa tão larga - gosta de vestir o que é meu, diz-me - a cobrir-lhe o corpo que desejo, sempre. Muito. Olha-me, atenta. Para mim, é o que de mais próximo está de algo divino. E quando ilumina a face com aquele sorriso, a força que despeja sobre mim é tal, que quase duvido se estarei acordado. Tudo, muitas vezes, sem uma palavra. Não é isto paixão?

Que posso fazer, para demonstrar que ela é a mulher que realmente me completa? Eu, que me golpeio para me sentir humano? O que qualquer reles criatura como eu deve fazer perante algo inevitável: deito abaixo todas as defesas e entregou-me, sem condições.







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