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A minha reverência vem da Sombra. É carnal e ansiosa pelas noites longas. Bebe sôfrega na ausência de um corpo onde descanso. Uma salvação entre purgatórios. Uma necessidade de libertação. E desejos. Demasiados.

Mas alguém sabe melhor disso do que eu. Alguém transfigura esta reverência demasiadas vezes carnal. Animal. Sedenta. Numa pacificação que submete a minha paixão, como se em toda esta saudade estivesse a chave para justificar tanta fome.

Pouco sei dos meus instintos. Não sou capaz de juntar todos os pedaços porque fico cego, porque se torna impossível adormecer na Sombra. Porque sei que apenas restaria um Inferno sem dono. Prefiro essa brevidade de instantes que alimentam os animais.

Mas conheço a voracidade que acompanha os meus instintos. Sei o que nasce da subversão do meu pensamento a tanta paixão escura. Sei da maldição de quem insiste em beber do seu veneno irresistível. 

Sei. 

Assim.

A alquimia perfeita no desejar de um corpo, comprimindo cada estilhaço de ânsia numa febre de morte, exaustão e derrota. E mesmo assim, desejar essa derrota como única salvação para obter algum abrigo e paz.

Sei que assusta.

Porque no silêncio das minhas emoções não consigo esconder um fogo primário e blasfemo e que nunca consegui prender seguro. Porque não sinto culpa e apenas deixo que me consuma em rasgos. 

Mas alguém sabe disto melhor do que eu.

O brilho dos seus olhos é Cósmico de triunfo e conhecimento. 

A sua arte de submissão animal é ancestral e inexplicável ao meu barbarismo emocional.

(Fleuma,)

 







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