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Pinturas com sangue - Maxime Taccardi
Ensina-me o desespero. O que procuro realmente é o Inferno. Acabo de solicitar o meu sangue para as artes de guerra e caminhos da escuridão - porque estou farto de malícia sem prazer. Prefiro desvanecer-me nesta certeza. Nada é realmente o que parece e apenas tu consegues acender a luz onde germinam os meus dias de espera. E creio eu, já deves ter olhado a minha vontade por demasiadas vezes. Já estou farto de esperar.
Os pequenos pedaços de conversa, em diálogos que conduzem sempre ao mesmo porto. O abrigo das certezas que tu e apenas tu conheces. Infelizmente, pareces conhecer-me melhor do que eu próprio. Coisa estranha e apesar de tudo, reconfortante.
E dizes-me sempre que consigo desestabilizar os outros de uma maneira sistemática. Que visto as camisolas ao contrário, dirás, por hábito. Mas irritam-me as pessoas que abanam a cabeça e condescendem algo como apropriado. Que se torna um outro desespero saber qual será a reação de quem se recusa a aceitar o evidente: não existe amor sem o desespero de sentir a saudade. Porque afirmam que se pode esperar e até é saudável para a alma! Idiotas...
Será fruto do meu instinto? Conseguir escalar o cansaço que vou digerindo quando deixo de falar sobre o que sinto e atento aos outros. E logo me canso e pergunto pela vida que preferem não contar?
Prefiro então, as tuas chicotadas de realidade. Dispostas onde mais magoam. Prefiro o teu Inferno. E talvez porque a saída deste sangue me tenha dado uma lucidez onde tal não deveria acontecer, se tenha tornado óbvio que algo sempre conspirou para um fim rápido e sem que seja de joelhos! Porque nada me custa mais do que absorver dobrado e em cobarde submissão.