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Por vezes consigo pressentir-lhe o cheiro entre as correntes de ar que habitam entre nós. Mas depressa se evaporam as últimas réstias e sabores da minha boca. Porque se tratam apenas de reflexos de promessas feitas e nunca cumpridas. São como aquele toque final no truque que o mágico, uma vez mais, falhou.

Ficam apenas as intenções. As falsas noções de segurança e salvação.

Nunca  saberei o que dizer a quem promete e não cumpre. Entre a piedosa mentira e o conforto da desilusão e abandono nos últimos instantes da tempestade, creio que a distância se mede facilmente: Em metros de solidão.

E eu já reparei que a expressão mais dolorosa de olhar para uma promessa de companhia nos dias em que tudo está cego, surdo e mudo, se revela afinal, um fogo fátuo que pode muito bem aniquilar ou então, fomentar a semente do Orgulho.

Abana-se a cabeça diante deste Orgulho - monstro que vocifera impiedades, veneno que eleva a arrogância e a presunção!

Mas as longas conversas polvilhadas com a promessa solene de um ombro de apoio, trazem sempre consigo aquele travo insalubre da mentira. Reconhecer este sabor pode levar anos e por isso vai corroendo a alma e assassinando lentamente.

Enquanto vamos ficando mais sós. Reconhecendo o mundo como o que realmente é...

Ermo.

 

 







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