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Pessoalmente, aprender sempre foi um desígnio natural. Como respirar. Tal como durante anos, mais precisamente desde os 14, eu esperei e planeei a saida de casa dos meus pais. Quando cheguei aos 18 anos, precisamente nesse dia, saí do conforto e das regras de um lar. Mesmo contra a vontade e ameaças ( que são sempre uma marca distinta de parentes possessivos e, aparentemente, bem intencionados ...) eu concretizei um desejo. Não, não uma fantasia ou um capricho. Talvez seja revelador de um pragmatismo cruelmente tirano, mas eu nunca mais regressei! Talvez até seja porque sou obscenamente orgulhoso e analiso as coisas que me interessam a um detalhe obssessivo, eu reconheço não ter ainda conhecido muita gente capaz de o fazer.
Mas para que escrevo isto? Quando decidi sair de casa dos meus pais, tentei sempre ser autónomo. Nunca precisei de pedir dinheiro ou guarida a ninguém. Basicamente, trabalhava até à exaustão e sempre, sempre favoreci o conhecimento. A faculdade foi um escape para aprender e para poder ajudar a sustentar-me. Estou, por estes dias, a terminar o mestrado e a planear ( uma vez mais, pragmaticamente, como alguns gostam de me esfregar na cara ...) o doutoramento, não porque me interesse ser doutor de coisa alguma, mas porque irá ser uma porta imensa(!) para a minha total indepêndencia. Sim, porque sou o mesmo e ainda odeio a maioria dos que me rodeiam e por isso quanto menos dependente fôr, melhor!
E eu consigo entender a indignação de tantos estudantes com a afirmação de um suposto governante, que nada faz bem e pouco acerta, mas que ainda assim, ao acaso, creio, afirmou que sair do país era uma boa opção para quem durante anos estuda e se sacrifica. No entanto, eu desde muito cedo sei que esse é o meu próximo passo e por isso sei que em breve, muito breve, eu vou para outras pastagens. Aliás, há muito que viajo e há muito que estou temporadas num certo país (onde estão os que eu sei serem os meus reais amigos e quem eu sei que me espera) e depois, regresso. Porque ainda tenho coisas que me prendem aqui. Pessoalmente, estudo e trabalho para poder sair do país. Não critico quem decide o contrário. Eu respeito isso. Mas, não é o fim do mundo.
Embora eu ainda olhe para a faculdade como um meio para atingir um fim, que não necessáriamente o de acabar e arranjar um emprego estável,
admiro quem batalha e como eu, quer algo melhor do que apenas o nosso governo quer dar: esmolas.