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O facto é que a vida resume-se muitas vezes ao fumo branco do cigarro que se prende aos lábios. As questões essênciais da existência? A roupa amarrotada, o cabelo desnivelado e desfeito. Gosto das melodias que dizem coisas terriveis, da garrafa vazia e da súbita vontade de dançar. Por mais incapaz que seja. E por falar nisto que se chama vida vivida, preciso de me rir, por mais duro que seja esse sorriso. Por mais linhas que se cravem à volta dos meus olhos, dá vontade de fazer uma vénia aos desespero alheio, tudo como manda a regra elementar da educação; se preciso fôr tentar ajeitar o cabelo e não ser bem sucedido. Já agora, a barba e as patilhas já se rapavam, não?
Acredito que se fosse crente, acharia que o diabo criou o mundo enquanto deus dormia. Seria uma explicação muito mais aceitável, creio, para este meu despudor pela escuridão e sombras.