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Reconheço-te Entropia.
Por momentos, escassos que sejam, reconheço a impossibilidade de te conter e definir. Mas creio ser essa a real razão destes momentos. Transformados em dias e meses. Anos! Sempre julguei que não chegaria a tal. Reconheço que será sempre prematuro e sou incapaz de prolongar no tempo esta emoção que consome. E consumo sem moderação. Coisa minha, claro. Excessos...
Se não consigo definir-te pela alma que reténs, sei seguramente, criar a luz que ilumina a tua forma humana. Nota, eu não te creio humana. Eu, racional e muitas vezes incapaz de expressão válida. Que possa servir de inspiração. Porém, como sempre, existe um método para a minha loucura. Ainda me é possível imaginar-te humana. Ou então, porque seria o tiro final, próxima de todas as outras criaturas que habitam o mundo.
Consigo olhar-te e encerrar-me. Consigo, quando me tocas, sentir uma dor desconhecida. Ainda não a consigo decifrar, mas dói. É dolorosa a conclusão: reconhecimento da inevitabilidade de te pertencer. E por isso não és humana. Porque desde o primeiro olhar e sorriso toda a minha resistência se esfumou. Só consigo sair deste caos quando me estendes a mão. Mas não acho que me tenha aberto as portas do mundo. Não creio que a tua função seja mostrar-me todas as cores do mundo. Ou então, se calhar apenas ergueste o espelho e deixaste que me visse. Exactamente como sou.
Mesmo assim os meus anos de vida nunca serão suficientes para te agradecer.