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Les voyages de l`âme ...
Dentro desta jaula, embrenhado em duendes que comandam o sono, é praticamente impossível não aceitar o castigo. Porque se tornou um velho hábito, quando não estou contigo, prefiro ficar só. E não apenas sozinho fisicamente. Só. Em todos os meus pensamentos. Relembro tudo e nem sequer os livros de estudo em cima da secretária são a companhia que afasta os ecos dos meus passos no corredor escuro da casa.
Nada há que lamentar. Afinal tudo tem sido escolha minha. Apenas eu e só eu mesmo conseguiria suscitar esta incapacidade de nutrir outras presenças. Porém, o que ainda me custa a todas as horas e dias em que simplesmente me dedico a respirar e caminhar, é o segredar maligno do silêncio sem a tua risada. Mesmo em plena escuridão, mesmo entre blocos de cimento, é a sensação que realmente me mata lentamente. Em cinismo premeditado.
E que estranho é! Eu creio ser capaz de matar tudo o que se assemelha a desilusão, por vaga que seja. E não consigo respirar sem o teu som, sequer. Esta exaustão contínua bebe aqui, neste silêncio. Este cansaço permanente é uma doença que se aquieta apenas quando te oiço.
Sei que sim. Não conseguirei manter a sanidade por este caminho. Sei de forma segura e tão real. E portanto, é até consoladora. Esta fome que não se espanta.