Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Acredito intensamente na ideia que dita humildade perante as estrelas. Martelo sistematicamente este preceito porque sou um viajante; não apenas mental. Físico. Em deslocação. Quem aceita esta condição, longe do conforto da casa e das amizades garantidas, sofre a exasperante condição de testemunhar como somos pequenos em todos os sentidos. Humilha-me que o universo não queira saber de nada nem de ninguém. E a distância é uma cínica aliada das estrelas lá em cima. Basta olhar para aquele pequeno ponto ao longe. Tentar chamar-lhe casa onde vivo. Onde estou eu e os outros. Onde está a alegria e a saudade do contacto. Basta.
Para poder absorver um humilhante anonimato. Para sentir toda a humildade que noutras ocasiões me recuso aceitar. E porque importa isto? Porque gostaria de reduzir a zero esta sensação de nada valer e nada adiantar. Sinceramente? Acaba por ser um estranha folia esta: entender que a distância, um pequeno ponto lá no alto, a milhares de quilómetros, consegue humilhar-me sem piedade. Pela indiferença que assume.