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Uma paixão que eu tenho ( já desde muito, muito cedo ...), que ultrapassa até, em larga escala, o imenso amor que eu tenho por viajar, chama-se mergulho. Há muito que aprendi a nadar. A água nunca me fez confusão e sempre me pareceu um passo lógico e normal, aprender tudo o que se relacionasse com o mergulho de profundidade. Tenho, de uma maneira que muitos classificam esfomeada, mergulhado em muitos sítios. Exige planificação e logística. Paciência e muita poupança financeira. Mas é um facto: vivo para mergulhar e observar. Algumas viagens são para sempre. As vezes que em grupo ( porque só é absolutamente incomportável!) mergulhei no mar vermelho ou consegui nadar lado a lado entre golfinhos, em águas cristalinas ou de penumbra etérea, ficarão na minha alma para sempre. Nada se compara a isso. Nada possui tal silêncio, factor de medo e risco, como nadar entre corais ou nas águas geladas do norte. Porém, o sonho que acalento de forma quase secreta e conspiratória, poderá realizar-se muito em breve. Não consigo, ainda, vislumbrar a possibilidade. É doloroso para o coração, contar as semanas que faltam. Mas têm sido quatro longos anos de trabalho e planos frustrados. Cada mergulho feito noutras águas que não sejam as que desejo, é apenas um medicamento que tira as dores, não cura a doença. Mas recebi a noticia que tudo está finalmente (!) pronto! Vou poder nadar entre tubarões. Mesmo que tenha, por razões de segurança, de estar dentro de uma jaula de ferro maciço. Mas, estar a escassa distância de criaturas com um cumprimento de 8 metros, poder observar em toda a sua plenitude, terá de ser suficiente para um pecador como eu. Talvez até consiga nadar junto a algum deles... quem sabe? Isto não representa felicidade, para mim. Representa o que eu sou. É mais, muito mais do que felicidade. É pura e inalterada liberdade e pacificação pessoal.