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" We shared the thirst of swans in the summer ..."
São necessários anos para que alguém consiga entrar de mansinho para além dos muros de protecção. São depois necessários mais anos para que consiga aceitar que esse alguém veio para ficar, permanecendo, mesmo com as mais firmes privações friamente expostas aos avanços.
Anos.
Para que pudesse entender que isto era também uma dádiva. Para não desistir e afundar. Inevitabilidades expostas como cicatrizes pontilhadas na acidez e incapacidade de perdoar: a mim próprio.
Aceitar ser o lamento e o outro a cicatriz. Saber mais do que nunca porque razão se atropelam, lancinantes, as emoções ao rubro. Que perante a ferocidade das dentadas se dilaceram as dúvidas; noite em manhã. Sal das águas que curam. Toque. Apenas isso chegou a ser o necessário.
Tudo isto dentro. Tão forte em palavras que são bem mais do que letras. Ser a noite para que seja esse alguém a pintar ainda mais negra a necessidade da presença.
E essa vontade cria a raiz da tanta fragilidade. Como se torna fácil um desvio no caminho traçado. Escolhido e desenhado anos atrás. Esfumado no meio do que se perdeu. Sem regresso possível ou aceite.