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Imagina, por momentos, que faço meus os teus olhos; por instantes, a casa que é só tua, abre as portas e permite que eu entre, ainda que apenas entre sombras, quase desaparecendo da tua vista.
Imagina que viajo contigo dentro dos teus pensamentos mais escondidos, dormentes, apenas ouvidos por enigmas secretos, soletrados baixinho: como se demasiado proibidos para que sejam proferidos em voz alta; demasiado estrondosa.
Imagina.
... Que é demasiado claro lá fora. Que afinal, sempre estiveste demasiadamente dependente da luz que te aponta o caminho enquanto caminhas segura.
Imagina.
... Que te esqueceste de uma outra luz. Na tua própria casa. Do seu brilho primário rasgado por sombras e outros fantasmas. E pelos teus olhos, com as tuas mãos, vou saltando entre os raios brilhantes e caindo no conforto dos espaços escuros criados por palavras e pensamentos teus - alquimia de estranhas virtudes.
Imagina que para mim os teus olhos sejam os fragmentos onde bebo de ti e descanso entre caminhos; enquanto sonho o que sonhas.
Silencioso - porque é leve o teu sono.