Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Suponho que as histórias sejam isso mesmo: são como pessoas, pássaros, canções sobre corações humanos... e sonhos. Pensamentos frágeis que, demasiadas vezes, não duram muito mais do que algumas palavras escritas. Ou então, penso que as histórias são palavras atiradas ao céu, pontuadas por sons, abstracções invisíveis, por isso tão quebradiças - capazes de me afogar em saudade - vou tentando que não fujam de mim uma vez contadas.
Algumas histórias, pequenas, simples. quase etéreas, raras, contam outras existências, acreditam em milagres, verbalizam monstros e maravilhas tão sinuosas como olhares nocturnos ou pensamentos cintilantes que, gosto de pensar, irão ficar para além da existência do mortal comum.
Apaixono-me por monstros de todas as formas e tamanhos. Alguns são terríveis! Outros assemelham-se a pessoas, e sonham com os dias longínquos em que pareciam assustar pela sua mera respiração. São os que vão curando as suas ilusões numa imparável decrepitude.
Ah! ...
Mas são as histórias de monstros, invulgares e extraordinários, que mais acendem a minha paixão! Às vezes são coisas aparentes: criaturas quase transparentes e improváveis, monstros que as outras criaturas deviam temer e por pura arrogância e estupidez, não temem. E nada se torna mais apaixonante do que testemunhar a experiência que demonstra, categórica, a inutilidade de uma história de monstros arrogantemente estúpidos.
E então?...
Então, é tórrida a minha paixão por monstros, que por vezes, criam a verdadeira arte, porque enchem muitos lugares vazios da minha vida. Não todos. Mas alguns. Isso importa.