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Uma condição de todos os dias. Um pequeno pormenor que rasga e paralisa. Minha querida, poderia jurar que já não é possível crer em nada, por estes dias. E por este mundo. Os dias que vivo e os livros que estudo levam para caminhos como este. Agrestes e de inverno. Cada vez se faz mais real e presente que a paixão não é do reino da poesia eufórica. Mas um caminho de paciência. Persistência. São subtis, quase não se notam, crenças e paixões. Pequenas oscilações e correntes. Sempre lá estiveram. Apenas permaneceram ocultas como na escuridão de um quarto. Mas deixam cicatrizes pálidas e são uma linguagem de sobrevivência.
Por isso, querida, volta ao teu passeio matinal. Ao teu caminhar da tarde. Come algo cozinhado pelas tuas mãos e pensa nos teus pensamentos. Enquanto escreves e dormes a sesta das tardes de aborrecimento. Sonha. E com tudo isto, cara dama, mesmo assim, nada terás. A soma de tudo isto será zero. Possuirás nada, minha querida!