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Ás vezes, quando atinjo aquele vazio quase absoluto, com o pressentimento que não posso chegar a nenhum lado por mais que tente, é quando acordar se torna angustiante. Despertar do sono e sentir que tudo à minha volta é doloroso. Levanto-me e se penso em limpar a barba do rosto, faço-o sem me olhar ao espelho, de preferência por baixo de uma luz tosca. Difusa.
A minha própria aparência assusta-me, por estes dias e após as noites de insónia. E o pequeno almoço é muitas vezes um café e um cigarro.
Creio que, como diria o sábio, isto seja o limiar do vazio. Onde tudo dói e se torna doloroso. Ironicamente, o que muitas vezes procuro, esvaziar. Caminhar pelas ruas, como tanto gosto, magoa. Olhar para as outras pessoas torna-se dificil, quase penoso.
Não sei explicar a não ser como sendo doente. Carente por abandonar tudo. Fico assim, sempre que sei ter chegado ao fim de algo. Quando este vazio é premonição de passar a página. Sei que este vazio quase absoluto é saudade por quem me espera. Que quando sinto as minhas mãos a ceder e tudo se torna doloroso é pela constatação do quanto odeio este lado do mundo!