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Seria bom poder dizer que à medida que os anos passam as relações se vão tornando mais sofisticadas, as pessoas menos cruéis e que vou adquirindo uma pele cada vez mais espessa. Anseio acordar numa manhã e sentir as minhas emoções mais firmes e que os meus instintos não sejam sempre eles a estar certos. E eu sempre errado.
Mas parece que essas manhãs em que desperto certo de que algo irá ser diferente, apenas são uma repetição de outras feridas e ossos quebrados; tudo o que se assemelha a romantismo nestes dias é uma mistura porosa de uma outra história. Uma primeira história.
Mas é claro que eu já me recusei a voltar ao caminho anterior, não andar de novo pelo terreno que sei fértil em desilusão. Por isso lamento, porque sei que a minha audição já não arde tão furiosa. Também já não se torna necessário contar os maços de cigarros baratos para evitar a troça e as lágrimas em torrente. De facto, nada disso já interessa. Nem um bocado que seja. Pena é que os anos passem e permaneça este sentimento de nada alcançado.