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Existem duas coisas que prezo muito acima de tantas outras. A memória que me traz cheiros, particularmente intensa nos dias húmidos de chuva, visões de outros rostos e locais, tantas vezes a tresandarem a saudade, e sons. Principalmente o riso contagiante, este cada vez mais em falta aos meus ouvidos. E depois, prezo de uma forma sistemática e paranóica um pequeno livrinho que gosto de tocar em muitas ocasiões. O meu passaporte é o que me relembra do que é viajar e nunca me cansar. Creio que lhe chamam fuga e muita gente nem sequer sabe que existe. Pois é uma preciosidade que permanece e se tornou algo que me deixa sonhar e respirar.
Posso considerar-me um viajante exprimentado, ansioso por exprimentar, sempre a juntar dinheiro e a planear outra viagem, sempre para mais longe, que chego sempre à conclusão de que não conheço absolutamente nada! De cada vez que regresso olho para as coisas e pessoas de maneira diferente. O passaporte dá-me a uma noção absolutamente real: a solidão tem sabores, cores e sons. Parto sempre a pensar se irei regressar se não será para não voltar. De vez.