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Cada vez penso mais no tédio que vai na vida das pessoas. Lutam por causas cujo objectivo nada tem de nobreza. Vã palavra!
Permanecem em tédio. Culpam factos externos pela sua incapacidade. Incapacidade de se julgarem. Tentarem retificar algo, será sinónimo de desgraça. Externa, diga-se. Neste tédio monstruoso, morre-se seco. Fabricam-se sorrisos para uma objectiva, salvando uma infeliz criatura da extinção. Esquencendo-se da sua própria condição. Miserável existência. Mergulhada na parcimónia do último telemóvel. Da última visita a uma qualquer associação, onde se apodrece em silêncio. Só para no final do dia, em frente ao espelho poderem dizer a si próprios, como são virtuosos.
Creio que já sabemos, qualquer cancro começa dimínuto. Se tivessemos, há milhões de anos, pensado de outra maneira, rasgado virtudes e morais ditadoras, se calhar, este cancro imundo, nunca teria crescido. Mas não. É a nossa reles condição.
Este tédio infinito, faz com que tenhamos medo dos nossos dentes afiados. Morder é feio. Coisa primitiva. Não magoes com palavras. Sê gentil, macaco amestrado!
Se não resultar, a melhor forma de acabar com este tédio, reside na ameaça do apocalipse. Estamos em apocalipse há muito! Pelo tédio de uma existência longe do mais básico. Nós. E falsamente, pensamos que será melhor preocuparmo-nos com os outros. Quando, estamos a morrer de aborrecimento. Salvar passarinhos que cairam do ninho e assim ficar bem na fotografia e brutalizar o nosso conjugue. Ou filhos. Matar-lhes a esperança de serem melhores do que nós. Fracassamos em toda a linha. Matamos a nossa própria condição. Pelo tédio.