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Cada vez mais vivo convencido da necessidade de me focar apenas numa coisa de cada vez. Em vez de deambular por milhares de tarefas ao mesmo tempo. Viver constantemente envolto em pequenas coisas, que só servem para me consumir. Limpar a mente e viver realmente o momento.
Cada vez mais, tenho a certeza deste facto: tenho perdido tantos momentos únicos porque vivo em permanente luta de conflitos internos. O que melhor define esta noção, esta certeza de necessidade de mudança, é muito marcante. Torna-se inevitável.
Creio que nos esqueçemos de coisas como estas. De poder observar o que nos rodeia, com algum vagar. No fundo, é como quando vamos a conduzir um carro, estamos demasiado ocupados e pensativos a olhar para a estrada em frente. Pura e simplesmente esqueçemos as coisas mais simples e elementares, que nos deixam respirar. Pensamos que podem esperar por nós, um outro dia virá, para delas disfrutarmos ... até isso ser realmente impossivel.
Porque morro de saudades e antcipação...
Porque sei que a viagem será para breve ...
Até lá, recordo ....
Possas encontrar paz na escuridão que contigo festeja os dias. Turvos são esses dias. Sei. Como são os meus. Olhar a lâmina. Sentir aquele apelo. Porque não. Mas sabes? Porque não lutar? Cerrar os punhos. Não reter as lágrimas. Terão de se soltar. Eventualmente. E o brilho dos olhos volta. Mesmo que tenebroso. Longe de portões dourados.
Porque não persistir. Mesmo que em agonia. Peso desmesurado. Arrastar contra tudo. Contra todos. Bastardizar as ideias. Arquejar em esforço.
Sabes que o fim é mesmo o fim? Que ainda assim, atrasando-o, podes escutar outras canções. Mesmo absorta em maligna condição. Depressiva virtude, sentir que existem outros. Animais. Alcateia. Caminhando. Em breu profundo. Segredos e farejos.
Sim, talvez o teu fim ainda esteja longe. Respira. Sonha. Que a angústia to permita. Como a mim.
E para teu consolo, senhora e companhia, quando as mensagens chegam
enquanto permaneces incógnita, preferindo o Email para comigo falar,
de novo te dedico ....
" tentas esconder o facto de ti própria, da tua vazia necessidade de atormentar. De quando falhas essa necessidade. Mas se queres abraço-te, turva senhora. Dar-te serena lúxuria, é minha vontade. E não posso. Não posso aceitar o que ofereces. Porque não vivo de medos. Não vivo do ar que respiras. Já te posso ajudar. Pois tu encontraste a tua função. Quando rondas e rosnas. Quando insultas, escondida. Com as tuas companheiras, tristes aberrações da cruel Mãe natureza. Gostarias de me retalhar? Desejosa de submissão, me pareces. Lamento. Muito. Por ti. Pelas que contigo vociferam. És fraca. Tristemente frágil."
A ti, uma vez mais, que insistes em implorar que deixe de escrever, por já estar condenado,
A ti, me dedico....
No teu desespero, fraco e monástico
nessa tua aurora, preservada por anos de apatia mental
onde o teu corpo, há muito morreu
resides agora, envolta em cordas
boneca de vime, louca por desespero
Pouco te serve, esse consolo frio
onde tudo o que soletro, te esmaga, fustiga
no que me escreves, encontro a tua fadiga
fragilidade de comunicar, um vez mais
por anos de apática disfunção
E dizes odiar-me, tal é o meu desejo
triste figura, sem beleza
apática permanência,
que tu me renegues, pois de ti faço exemplo
por ti, passo o meu riso
E insistes em que nunca mais escreva,
pois sou o que nunca quiseste ler, sequer ver!
então porque me segues, lês?
porque te escondes, hárpia sangrenta?
temes a escuridão?
sabes que aqui te espero, em paciência...
E olha para ti, que me criticas e mortificas
olha para a concha que és,
vazia, frágil, fraca
há muito perdeste a tua alma
para a apatia
Dizes que sou falho, impossivelmente irado
mas tu nunca falhaste, porque nunca tentaste
a tua magia não reluz, apenas é um breve bruxelear
soturna visão do que és, desolada personagem
Que continues a condenar-me, injúria será
o meu nome, sem ti, não seria Eu
no meu espelho te remetes, patética distorção
que ora e que pede para que me cale, feche a escuridão
pois se ainda lês os meus verbos, seja porque isso te faz
sentir viva!
Não apenas o que realmente és,
... apatia, amargura em torrente.
Posso aqui ficar, sem precisar de te ver
Que sei que caminhas, à minha frente
Onde quero chegar, tu já dormiste
E partiste,
Delicada e gelada, suave alvor nocturno
Espera pelos meus dias, feitos para te procurar
Inverter este tempo, que de meu só tem esta doce loucura
Por onde passo, renego a visão ao redor
Como lobo dissimulado em manto branco
Ainda te encontrarei
Para que preciso de fazer sentido, ser racional
Em ti só encontro Natureza, cruel e de breu vestida
Mas também, bela e minha companhia
Quando desta minha miserável existência, faço rituais em gritos
Quebrei-te o ímpeto, o encantamento febril
Mesmo acorrentado, o Lobo nunca se submete
Mesmo ferido de morte, te hei-de morder
Beber desse sangue, por fim te submeter
Foge! Corre! Doce senhora,
Já estou perto, quase
Nunca mais dormirás sem mim,
Por tua culpa, por que assim me quiseste
Assim estou Eu...
Como é fria esta chama, que em velhas noites desejei
Por ti, cortei as minha asas, verguei submisso
E vi sempre este fogo frio,
E fiquei para trás, longe
Na escuridão queria confrontar a minha culpa,
Não vás!
Ainda aí não cheguei,
Vejo-te nesse anel de luz, na escuridão
Através de um vidro, longe de mim
Não notas a minha presença
Nesse local só teu
Deixa que chegue a ti, em aparição negada
Os meus lábios estão cerrados, mas chamo por ti
E quando me tocas,
Eu aprendo palavras que antes não sabia,
Sou gelo,
transparente,
Que o teu mundo gele,
Meu eterno encantamento,
Sinto tanto frio!
Nesta escuridão que me recompensa, em cinzas
Sentir o teu toque,
Desejar conhecer esse amor, que é teu.